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O tempo das crianças: estimulando criatividade com equilíbrio

Uma escolha entre uma profusão de estímulos e a necessidade do ócio de criatividade.

Crianças são pura energia e, para muitos pais, é preciso mantê-las ocupadas. Então, quando conversamos com elas, é comum comprovarmos a extensa lista de “obrigações” que possuem desde muito pequenas: futebol, capoeira, natação, balé, sapateado, inglês, kumon e assim por diante.

Alguns pais dizem que seus filhos parecem “ligados na tomada” e que só param na hora de dormir. Não é sem motivo que todos os pais se sentem exaustos com seus filhos. Isso porque depois de um dia com tantos afazeres, parece que é normal as crianças continuarem “ligadas”.

Uns pensam: “Quanto mais atividades, melhor”, porque assim a criança chega ao fim do dia cansada e isso facilitaria o sono, permitindo que eles também possam descansar.

Outros entendem que mais atividades representariam mais estímulos e desenvolveriam melhor o potencial da criança.

No entanto, pesquisa recente de Teresa Belton, da Universidade East Anglia, na Grã-Bretanha, sobre a expectativa cultural de que as crianças estejam sempre ativas, conclui que excesso de estímulo pode minar o desenvolvimento da imaginação delas. Teresa ouviu várias personalidades que têm na criatividade a base de seu sucesso, como a escritora Meera Syal e o artista plástico Grayson Perry, sobre como o ócio os ajudou a desenvolver sua criatividade na infância.

Mas o caminho do equilíbrio é, sem dúvida, a melhor opção em cada momento da vida. Todas as nossas escolhas extremas tendem a nos levar a um desgaste físico ou emocional que pode nos fragilizar.

Para os gregos, “schoé” foi o nome atribuído ao ócio, os momentos livres de lazer que estão incluídos entre as necessidades básicas do homem. São nesses momentos preciosos que, com a mente livre, aprendemos coisas novas, refletimos sobre nossas vivências, “arrumamos a cabeça”… E por isso, essas oportunidades de escolha também deveriam ser dadas às crianças!

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“Para o bem da criatividade, talvez devamos diminuir nosso ritmo e ficar ‘off-line’ de tempos em tempos.” – Teresa Belton, pesquisadora

A neurocientista e especialista em deterioração do ritmo das crianças e da mente, Suzan Greenfield, que também respondeu a questões para a pesquisa de Belton, relembrou a infância em uma família com muito pouco dinheiro e sem irmãos até os 13 anos de idade.

“Ela confortavelmente divertia a si mesma, inventando histórias, desenhando figuras para suas fantasias e indo até a biblioteca”, disse Belton.

Ainda de acordo com Belton, que também é especialista no impacto das emoções no comportamento e aprendizado, o tédio pode ser um “sentimento desconfortável”. Para ela, a sociedade “desenvolveu uma expectativa de ser constantemente ocupada e estimulada”.

Ela ainda adverte que a criatividade “envolve ser capaz de desenvolver um estímulo interno”.

“A natureza estimula um vácuo que tentamos preencher”, disse ela. Alguns jovens não desenvolvem a capacidade interior ou a resposta para lidar com o ócio criativamente. Às vezes eles terminam agindo com atos de vandalismo ou buscando emoções arriscadas.

Belton, que também já estudou o impacto da televisão e vídeos na escrita das crianças, afirma ainda que “quando os pequenos não têm nada para fazer, eles imediatamente ligam a TV, o computador, o celular ou algum tipo de aparelho com tela”. O tempo gasto com essas coisas aumentou.

“Mas crianças precisam ter um tempo para parar e pensar, imaginando que possuem seus próprios processos de pensamento e assimilação, por meio de experiências com brincadeiras ou apenas observando o mundo ao seu redor. Esse é o tipo de coisa que estimula a imaginação, ressalta a pesquisadora, enquanto a tela de alguns aparelhos ‘tende a criar um curto-circuito no processo de desenvolvimento da capacidade criativa’”.

Syal, a escritora, diz: “Nós começamos a escrever porque não há nada para provar, nada a perder e nenhuma outra coisa para fazer. É muito libertador ser criativo por nenhuma outra razão além do próprio prazer”.

Quanto à necessidade e importância de atividades no dia a dia das crianças no mundo moderno, são poucas as que vivem em casa com quintal, que podem ficar em casa durante a semana após as atividades escolares com os pais: elas geralmente têm um programa a cumprir, mesmo após a saída da escola…

Coisas do mundo moderno, nas quais os seres humanos vêm se adaptando e buscando formas equilibradas para viver os novos tempos.

O que observamos muitas vezes é que os efeitos de várias atividades são exatamente o contrário do que buscam os pais e em vez de “cansar as crianças” envolvendo-as em atividades, gastando as energias, elas ficam mais aceleradas.

Eu gosto muito de conversar com as crianças e escutá-las, e o que tenho percebido é certa tristeza ao perguntar a elas: “Quando vocês brincam?”.

“Nos finais de semana”, dizem umas.

“Na escola”, dizem outras…

“Nas férias…”

Já foi o tempo em que a infância era o tempo das brincadeiras, do ócio criativo, de estar na companhia do outro conversando simplesmente…

Eu sempre preciso de um “tempo comigo”, o tempo de pensar e botar a cabeça em ordem, de escrever, de criar…

E sei que as crianças também precisam, pois foi na minha infância que aprendi tudo isso…

Ao planejarem as atividades de seus filhos, considerem um tempo para não fazerem nada. Um tempo ocioso onde, deixados livres, pouco a pouco farão descobertas, farão o que quiserem — sem os eletrônicos, é claro! (Mas isso vai ser falado em outra conversa…)

Deixe livros, lápis de cor, blocos de montar e outras coisas que você sabe que agradam seu filho para ele encontrar e se encontrar…

Para escolherem o que quiserem, terão que ousar e criar. E sem nossa ajuda, o que demanda exercício de livre escolha, desenvolvimento do senso crítico e da responsabilidade e muitos combinados. É isso que vai determinar o que é para ser feito, quais as brincadeiras possíveis — elas terão um tempo para a reflexão criativa.

O tempo sem fazer nada é onde tudo acontece!

É onde a noção de liberdade se expressa com intensidade e as descobertas de limites e responsabilidade também vão acontecer; então, aprendemos a conviver!

Que pais não desejam que seus filhos sejam adultos livres, autônomos, criativos e independentes? Que pais não desejam isso para seus filhos?

Não fazer nada é o tempo onde, por meio da criatividade, se constrói a autoestima, a noção de capacidade e competência, a responsabilidade pelas escolhas, a segurança em si. Controlar o tempo todo só gera desejo de liberdade e, quando ela acontece, nem sempre as crianças sabem usá-   -la.

Hoje, em um mundo onde fazer é fundamental, não sobra tempo para ser! No cotidiano de seus filhos, deixem um tempo para que não façam nada e possam ser pessoas felizes, com mais equilíbrio e menos tensão.

Na agenda de vocês, deixem um tempo para “lerem crianças”, observarem os filhos crescendo, sem, obrigatoriamente, terem que fazer algo, o tempo todo. Tenho certeza de que as descobertas serão gratificantes…

Por Marcia Righetti, fundadora do projeto pedagógico da Aldeia Montessori e do Centro de Estudos Montessori do Rio de Janeiro.

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Responsabilidade e liberdade no contexto montessoriano

Responsabilidade e liberdade, em um ambiente montessoriano, têm conceitos amplos e relacionados. Mesmo assim, quando se escolhe uma Escola Montessori para seu filho, muitas vezes o conceito de “liberdade”, da qual tanto se ouve falar sobre esse tipo de escola, pode não estar claro pra você.

Pensa-se que a relação das crianças com o ambiente, com as outras crianças e com os adultos é construída num processo “livre” e que elas fazem o que querem…

Que engano!

A liberdade da qual nos fala Montessori está relacionada às conquistas pessoais ou coletivas que se sucedem no desenvolvimento da criança, no caminho de aprender a fazer escolhas e responsabilizar-se por elas, de aprender a avaliar a validade de seus atos, de aprender a ser e se relacionar adequadamente com todos, visando ao bem-estar comum, de apresentar comportamentos apropriados a cada ambiente e em cada momento.

É isso que, do ponto de vista de Maria Montessori, representa ter liberdade – “sendo parte do todo, buscar a harmonia interior e interagir no todo de forma positiva”.

Ajudar a criança a construir essa liberdade é o papel dos adultos.

Sem dúvida alguma, ela inclui a responsabilidade, primeiro consigo própria para depois poder expandi-la até perceber-se como parte do Universo — caminho longo, talvez de uma vida…

Em uma Escola Montessori, é na prática diária, desde a classe dos pequeninos, o “Nido”, e/ou no pré-escolar da Educação Infantil que o terreno começa a ser preparado, num trabalho que tem início com a educação dos movimentos, um conjunto de atividades que permite que a criança desenvolva habilidades e construa repertórios que a habilitem para uma atuação cada vez mais autônoma e apropriada no seu ambiente.

Ativa no seu processo de autoconstrução, aprendendo a fazer para poder ser, a criança vivencia as muitas possibilidades de exercício que o ambiente estruturado que uma Escola Montessori oferece. Assim, em atividades de livre escolha, a ação da criança vai se organizando e é assim que sua liberdade também vai se ampliando.

Em algumas situações, que causem dano ou risco à própria criança, ao ambiente ou a outrem, deve haver um cuidado especial. Deste modo, a intervenção imediata do adulto é necessária para mostrar à criança a maneira correta de agir. Ensinar ensinando!

Muitas vezes o que acontece, por parte dos adultos, é uma sucessão de “nãos” e de ordens que não constroem: “não faça isso!”, “fique quieto!”, “desça daí!”, “não bata a porta”, “não corra”! Expressões que apenas interrompem ou impedem a ação da criança e a ensinam a dizer muitos “nãos”…

Ensinar, ensinando requer que se demonstre à criança a maneira correta de agir:

– Para sair, caminhamos…
– Para fechar a porta, faço assim…
– No sofá, nós nos sentamos!
– No cinema, ficamos em silêncio!
– Na rua, as crianças precisam caminhar junto ao adulto!
– Para falar, cada um espera sua vez!

Muitas informações vão sendo vivenciadas com a criança; assim, ela adquire atitudes adequadas e constrói bons hábitos.

Ao refletirmos sobre liberdade, cremos que ela está inversamente relacionada à disciplina e aos limites, mas do ponto de vista montessoriano é justamente o contrário.

Só é livre aquele não se sente atado pelos limites, que reconhece os que deve transgredir para conquistar seu crescimento pessoal, que respeita os limites que lhe são necessários para uma convivência harmoniosa em todos os planos de relações: consigo próprio, com o outro e com o ambiente. E esse, sem dúvida, é aquele que se autodisciplinou.

Toda essa construção culmina na formação do caráter e é por isso que devemos estar atentos às crianças pequenas, que estão desenvolvendo a concepção de bem e mal. Portanto, essa é, para Maria Montessori, a primeira lição que lhes deve ser dada. Devem ser cuidadas para não confundirem o bem com a passividade ou a inatividade e movimento e ruídos com o mal…

Crianças são puro movimento e por vezes ruidosas, precisam de espaço para usar a energia que trazem consigo, mas não se justifica que possam agir desrespeitando os outros.

Portarem-se de maneira indevida em diferentes espaços, aos gritos e correrias, não se justifica por serem crianças.

É desde pequenas que elas precisam aprender os comportamentos sociais — a isso nós chamamos de “Lições de Graça e Cortesia”. Portanto, somos nós, os adultos, que cuidamos de lhes ensinar as regras sociais da nossa cultura.

Para termos liberdade com responsabilidade, precisamos conhecer e respeitar os limites em cada situação de vida, ou identificar quando precisamos transgredi-los, superando-nos, com determinação, quando isso conduzir ao aprimoramento pessoal.

Liberdade só se aprende com verdadeiras lições de disciplina e responsabilidade!

“O homem é tanto mais livre quanto for sua capacidade de escolher as coisas que lhe fazem bem.”
– Maria Montessori

Por Marcia Righetti — Pesquisadora; Especialista no Sistema Montessori; Coach de formação Montessori; Fundadora do Projeto Pedagógico da Aldeia Montessori, que dirige há 40 anos, e do Centro de Estudos Montessori do Rio de Janeiro; Sócia fundadora da Organização Montessori do Brasil.

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Conhecer para ajudar: um desafio para quem educa!

Muitas vezes, nos pegamos julgando crianças pequenas como agressivas. Mas, o que assim denominamos pode ser apenas uma forma de relacionamento que ainda não encontrou o equilíbrio, é um comportamento reativo que se expressa. Este é um assunto bastante amplo e podemos notar suas raízes desde o início das relações das crianças ainda na Educação Infantil.

Muitos adultos, por desconhecerem as características do desenvolvimento infantil, atribuem o peso das ações deles às relações entre as crianças, e elas são muito diferentes…

Como adultos, para cuidar e educar nossas crianças, precisamos saber o que diz respeito a uma determinada faixa etária, além do que está fora dos padrões esperados; por isso, é tão importante conhecer sobre o desenvolvimento infantil, buscar leituras que possam ajudar a entender as crianças e os comportamentos que elas apresentam.

Jean Piaget, psicólogo respeitado por sua teoria de desenvolvimento do pensamento; contemporâneo e parceiro de Maria Montessori, pois foi presidente da Associação Montessori Suíça; é sempre uma boa referência, indicando como as crianças entendem o mundo.

Do nascimento aos dois anos de idade, a criança se apresenta na fase sensório-motora, explorando e se relacionando com o mundo através dos movimentos e dos sentidos.

Assim, Impulsos reflexos fazem com que leve tudo à boca, e aí podem surgir as mordidas… Sem intenção de agressividade, apenas fruto de um impulso reflexo em busca da exploração, que vai sendo cuidado com novos estímulos e a “fase passa”. Uma criança, com até dois anos de idade, que morde as outras não pode ser rotulada como agressiva. Ela ainda não sabe usar a linguagem verbal, e a linguagem corporal acaba sendo mais eficiente.

Nessa fase, a criança é egocêntrica e entende que é o centro do mundo. Que todas as suas vontades podem prevalecer, que o mundo funciona em função dela. Assim, ela ainda não tem a capacidade de compreender que outras pessoas podem ter pontos de vista e sentimentos diferentes do seu. A disputa por objetos ou pela atenção das pessoas queridas é uma das formas de relacionamento.

Na intenção de obter um objeto de desejo o mais rápido possível, já que não consegue verbalizar com fluência, os pequenos podem morder e empurrar, sem a intenção de atingir o outro, mas tão somente com o intuito de satisfazer sua vontade.

Essa fase de disputa é natural no desenvolvimento humano e, com quanto menos ansiedade for tratada, mais rápida e tranquilamente será transposta.

Os cuidados dizem respeito à forma como se conduzem as orientações à criança e às estratégias utilizadas de forma construtiva.

Muitas vezes, o que é normal no desenvolvimento humano pode se desvirtuar em rótulos e punições. Por isso é tão importante CONSTRUIR os limites no comportamento e no relacionamento social com as crianças.

Entendemos que é construindo valores que os resultados são mais bem atingidos: Qual é meu espaço e qual é o espaço do outro, o que dói no outro, o que desrespeita o outro, o que agride o outro.

Aos adultos cabem intervenções, quando necessárias forem, evitando que se machuquem e explicando que a atitude não é correta, não permitindo que se repitam; construindo limites de forma positiva, sem punições ou premiações. As crianças ficam felizes quando se sentem capazes de vencer desafios e são reconhecidas no seu esforço — este é seu maior “prêmio”. Cuidamos para saberem como nos importamos com o que fazem, que cada uma é importante para nós e caminhamos lado a lado, a fim de que vençam cada etapa e seus desafios naturais.

Um comportamento reativo pode aparecer ainda em relação a uma frustração, às mudanças ocorridas, e manifesta-se com birras, gritarias e chutes. Impulsos ainda não controlados, mas que precisam ser educados. Os pais não podem permitir que seus filhos batam neles ou gritem com eles, pois certamente experimentarão os mesmos comportamentos com outras pessoas, crianças ou adultos. Para educar é preciso firmeza, persistência, paciência e amorosidade. Graça e cortesia são lições que precisam ser dadas pelos adultos.

Por volta dos três anos, as crianças já acrescentaram milhares de palavras ao seu vocabulário e começam a descobrir o prazer em brincar com o outro e se comunicar.

Até os sete anos, já devem ter deixado para trás o egocentrismo ampliado a sua socialização. Dos dois aos sete anos, devem ser estimuladas a expressar oralmente suas vontades, opiniões e sentimentos e a buscarem a solução dos pequenos conflitos do cotidiano através do diálogo. O melhor caminho para conseguir isso é que os adultos tenham essa mesma conduta no trato com as crianças, intervindo amorosa e firmemente quando usam a força física para conseguir o que desejam. Tratando as crianças de forma gentil, sem gritos ou ameaças. Assim, elas aprenderão com os adultos a serem gentis!

Alguns comportamentos do mundo adulto podem aparecer nessa época como discriminação, preconceito e apelidos.

Aos pais e educadores cabe pontuar a não aceitação deles e cuidar para que eles próprios não sejam o modelo para a criança.

Seja criticando o outro que é gordo, que é mais lento, que é mais tímido. Quantos já ouviram que “perderam a língua” e isso não foi nada agradável… E ouviram de adultos… E as crianças repetiram…

Hoje, pelas novas descobertas científicas, sabemos que em nosso cérebro os neurônios espelhos são ativados quando uma ação é realizada ou quando simplesmente observamos outra pessoa realizando essas mesmas ações. Essa reação explica o que Maria Montessori denominou como “mente absorvente”, referindo-se à maneira como as crianças aprendem e se adaptam ao mundo, espelhando as ações que vivem em seus ambientes sociais. Assim, as crianças aprendem também a empatia ou a antipatia, vivenciando a ação do outro como se fosse dela própria.

A escola é o primeiro grupo social no qual a criança começa a fazer parte do coletivo.

Via de regra, em casa, a criança é sempre querida, amada e compreendida. Isso não acontece no convívio social com seus pares pois precisa conquistar amigos e inserir-se no grupo. É nesse espaço que se depara com situações de esperar ou ceder a vez, respeitar a vontade do outro, respeitar o espaço do outro, compartilhar, ajudar… Nem sempre é coisa fácil se sempre foi o “reizinho da casa”, como o título do livro do Dr. Gustavo Teixeira que os adultos devem ler. Nesses casos, as ações reativas podem se transformar em agressividade.

A personalidade da criança se forma até os seis anos de idade. Por isso, toda experiência e a qualidade com que foi vivida nessa fase é de fundamental importância. Estímulos adequados, reconhecimento, afeto, compreensão têm resultados muito mais rápidos e menos estressantes do que “bronca, castigo, sofrimento e indiferença”. Cuidar de cada etapa com tudo o que elas exigem.

É muito importante que os adultos observem as crianças sem julgamento e assim, ajudem-nas a encontrar o equilíbrio e a harmonia nas suas ações; construam com elas limites firmes e de maneira amorosa e principalmente, lembrem-se de que “para educar, é preciso educar-se”. — e esse é o papel do adulto.

Leituras indicadas:

Tania Zagury — Limites sem trauma.
T. Berry Brazelton e Joshua D. Sparrow — A criança dos 3 aos 6 anos.
D. W. Winnicott — A criança e o seu mundo.
Gustavo Teixeira — O reizinho da casa.
Maria Montessori — Pedagogia Científica.
Daniel Goleman — Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos.

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Por Márcia Righetti – Diretora Pedagógica da Aldeia Montessori

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Limites, disciplina e liberdade em uma escola Montessori

É comum recebermos para visitar nossa Aldeia famílias que buscam uma escola Montessori em nome da tão propagada “liberdade” que entendem que a metodologia oferece. Propaganda certamente não entendida, pois vejo essas famílias pensarem que seus filhos vão poder fazer o que quiserem na escola. Uma contrapartida do que parecem encontrar nas escolas que consideram “tradicionais”, nas quais muitas vezes não conseguem lidar com tudo que a criança precisa dar conta…

Porém, não é bem assim…

Liberdade, para Maria Montessori, está diretamente relacionada à disciplina, ao respeito e à competência para fazer escolhas. Ela diz que “o homem é tanto mais livre quanto for sua capacidade de fazer escolhas”; devendo agir de maneira assertiva, pois precisa conhecer as regras que regem um espaço social e que regulam a ética; respeitar o espaço do outro e desenvolver, entre outras funções executivas, o controle inibitório, que permite o autocontrole.

Para as crianças, liberdade é um exercício de disciplina que se desenvolve no dia a dia.

Quer seja na escola ou em casa, ter pequenas responsabilidades que contribuam para o bem-estar comum; aprender a esperar sua vez ou cedê-la ao outro; perceber que os outros também têm vontades e direitos que precisam ser respeitados e que nem sempre a vontade pessoal pode prevalecer.
Conquistar a liberdade é um processo que cada criança tem o direito de desenvolver com o apoio dos adultos. “A liberdade, do ponto de vista Montessori, também está relacionada ao direito de ser criança e de poder brincar. Isso porque brincadeira é trabalho de criança, de merecer do adulto as oportunidades de ajuda necessárias para que possa desenvolver seu potencial; descobrir seus talentos; ser respeitado em seu ritmo de desenvolvimento.”

As conquistas só vêm com a consciência do seu espaço e do espaço do outro; dos seus direitos e dos direitos dos outros; das suas responsabilidades e das responsabilidades dos outros, um processo de construção de limites.


Digo sempre que a disciplina da escola Montessori é fruto do exercício interno de cada criança, com o apoio dos adultos, no seu tempo e no seu ritmo.

Por isso, pode ser vista às vezes como a mais rígida, já que cada criança vai descobrindo, nas relações cotidianas, seu espaço de ação e o uso dele a torna livre – são suas escolhas a cada momento que vão ampliando.

Algumas crianças, considerando o princípio da equidade, forte característica numa escola Montessori, precisam de mais auxílio que outras. Aqui a ajuda que procuramos dar é na medida em que cada uma precisa.
Assim, caminhamos com as famílias para ajudar cada criança a desenvolver melhor seu potencial e constituir-se num indivíduo capaz de exercer e usufruir plenamente sua liberdade de “ser humano” – essa é nossa prática pedagógica.


O ambiente preparado de uma escola Montessori autêntica, com uma equipe em constante aprimoramento e famílias parceiras, as quais buscam os mesmos resultados e compartilham os mesmos valores, é sem dúvida o facilitador desse processo.

No cotidiano da escola e da família, os processos que se desenvolvem na infância são exercitados, descobrindo regras que podem ser questionadas; reconstruí-las se necessário; construindo com as crianças as percepções dos limites que levam naturalmente à edificação da disciplina e de um convívio social amável, no qual o respeito e a ética estão presentes. Para nós, esse é o verdadeiro sentido da palavra “liberdade”.

Márcia Righetti é educadora, fundadora e diretora pedagógica da Aldeia Montessori.

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Como encarar a liberdade e os limites na educação montessoriana

Certamente todos nós já presenciamos (ou protagonizamos) a cena de estarmos em algum local público com uma criança que se esgoela, chora, bate pé e se debate diante de alguma negação ou frustração.

A birra é um comportamento muito comum apresentado por crianças, mas nem sempre compreendido em sua essência pelos pais, os quais, em muitas situações, ao se verem constrangidos, cedem ou apelam para a punição física.

Para uma boa educação montessoriana, é preciso paciência e perseverança. Duas atitudes trabalhosas, principalmente nos dias atuais, em que o tempo parece ser um líquido escorregando entre nossos dedos.

Desde muito cedo as crianças procuram testar os limites daqueles que as rodeiam.
Elas identificam facilmente os adultos que cedem as suas birras e os que não cedem, construindo estratégias diferentes para lidar com cada pessoa em cada ocasião.
É assim que vão estabelecendo suas relações com o mundo.

Se a criança compreender que determinado comportamento a leva a conseguir o que deseja, é natural que volte a repeti-lo.

Se os pais têm dificuldade em adotar uma postura firme, confundindo autoridade com autoritarismo, observa-se como consequência o comportamento inadequado dos filhos, manifestando desrespeito com outras crianças e com os adultos com quem lida. Umas, quando não têm seus desejos satisfeitos, além da birra e do choro, batem e chutam; já outras, em manifestação extrema, cospem no alvo que dificulta conseguir aquilo que querem.

É preciso uma educação em que as crianças aprendam a lidar com o “não”, com a frustração, como a educação montessoriana. Na vida, nem sempre nossas vontades podem ser satisfeitas.

Nas palavras de Maria Montessori, em seu livro Mente Absorvente:

“(…) Deixar a criança fazer porque gosta, quando não desenvolveu ainda nenhum controle, é distorcer a ideia da liberdade.
O resultado que se obtém são crianças desordenadas, porque a ordem que lhes foi imposta estava acima do que poderiam cumprir; preguiçosas, pois foram forçadas a um trabalho para o qual não estavam prontas; e desobedientes, porque sua obediência tinha sido imposta e não construída
.

Na minha prática pedagógica, comprovo que as crianças necessitam de uma educação com limites, mas com regras claras e coerentes. As regras são fundamentais para a construção do caráter, dando segurança à ação da criança.

Então, se a criança fizer uma birra sem motivo aparente e estiver em segurança, “ignore-a”. Mas nesse caso ignorar não significa abandonar, ou não ligar para sua manifestação: significa que o adulto vai ficar perto da criança e sinalizar que só poderão conversar quando ela se acalmar. E o adulto, pacientemente, deve esperar.

Se a birra ocorrer em local público, não ceda à vergonha. Mais importante “do que os outros vão achar” está a formação da educação do seu filho.

Explique claramente o motivo do “não” de forma assertiva, para que a criança compreenda as circunstâncias da negação. Mantenha um tom de voz baixo e tranquilo. Não supervalorize a birra, nem se mostre exaltado. Quando a criança perceber que fazer birras não é a melhor estratégia para conseguir o que quer, vai desistir e deixar de manifestar sua contrariedade pelo choro.

Se a criança tiver um padrão de birras sempre que contrariada, mantenha-se firme. Mais cedo ou mais tarde o comportamento vai se alterar e a paciência compensará.

Para uma boa educação montessoriana, tente também compreender os sentimentos que motivam a birra; ouça, converse e conforte a criança caso se sinta ansiosa ou com vontade de se expressar. Ajude-a a identificar seus sentimentos pessoais e a lidar com as novas emoções.

Importante: não vacile em usar o “não” sempre que a criança tiver um comportamento que possa colocar em risco sua segurança ou a de outros, como o de arremessar objetos ao chão, por exemplo.

Trabalhar regras com as crianças é um exercício demorado, que demanda constância e tenacidade. Muitas vezes teremos de voltar para as mesmas conversas com nossos filhos, assim como acontece quando ensinamos para eles os hábitos de higiene ou as boas práticas na alimentação. Esse é um aprendizado que deve ser construído no dia a dia nas relações familiares e que depois vai se estender nas relações sociais e escolares. É por meio desse exercício que a criança entenderá que a regra serve para estabelecer os direitos e os deveres de cada um, não se reduzindo, apenas, em mera proibição.

Amar os filhos é desejar que se formem como adultos em equilíbrio. Amar os filhos requer dos pais equilíbrio em suas próprias ações.

Por Márcia Righetti, educadora, fundadora e diretora pedagógica da Aldeia Montessori.

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Conhecendo o desenvolvimento das crianças: uma ajuda aos pais

Um dos impulsos mais fortes da criança é o desejo de independência

Toda criança precisa de ajuda e de guia de um adulto, mas num determinado tempo demonstra um grande desejo de ser independente, isto é de fazer as coisas que é capaz a realizar sozinha. Então é hora de dar um passo atrás e permitir o espaço do exercício, cuidar da segurança, do respeito ao ritmo da criança e lembrar que sozinho de criança é diferente de sozinho de adulto! Lembrar também que para a criança o importante é o processo e que somente mais tarde ela conseguirá  o “produto “, que depende de habilidades que está desenvolvendo.

A criança pequena é muito sensível.

Ela ainda não aprendeu a controlar seus sentimentos como faz um adulto. Percebe as coisas de um modo muito direto e forte que muitas vezes não sabe ainda exprimir. Se alguma coisa a incomoda pode exprimir-se com comportamentos desordenados que parecem às vezes destrutivos ou agressivos. Esteja atento para dar a ajuda que ela precisa, criando condições para que ela possa  acalmar-se e construir comportamentos  apropriados. Seja paciente e perseverante.

A  criança aprende fazendo.

O adulto pode aprender certas coisas lendo, buscando informações, mas a criança aprende quase tudo fazendo. Ela está desenvolvendo seu corpo e sua mente e o faz, usando-os.

A criança tem um forte senso de ordem.

É necessário viver num ambiente onde cada coisa tem seu lugar. É necessário que a sua vida tenha uma rotina apropriada que dê ordem ao seu cotidiano. Isso é importante porque a criança pequena pode ser profundamente perturbada pela desordem, mostrando-se inquieta, insegura, agressiva e por vezes chorar sem compreender as causas dos próprios sentimentos.

Cabe aos adultos prover um ambiente com rotinas e boa organização para que a criança possa construir sua ordem interna.

A criança pequena prefere o trabalho a um jogo.

Mesmo diante da possibilidade de escolher, a criança prefere fazer um trabalho “de verdade” como limpar, cuidar das plantas…
Isso acontece pois as crianças têm um profundo amor pelo trabalho e desejam participar do mundo dos adultos desenvolvendo competências significativas e necessárias. Desejam fazer parte da vida familiar e contribuir com o seu trabalho.

O que mais interessa a uma criança é o processo de fazer as coisas.

Diante do produto final, a criança é certamente feliz porque sente que é reconhecida por realizar algo; mas aquilo que lhe dá realmente prazer é o fazer, é o processo!
A preocupação com o produto, com o resultado futuro, que é característica do adulto, não é importante para a criança. Ela está completamente absorvida por aquilo que faz no momento presente.

A sua criança aprende, principalmente, através da imitação dos adultos com os quais convive.

Os pais são os modelos que as crianças imitam para aprenderem a agir como os adultos, são suas ações que mais importância têm nas construções afetivas e cognitivas que a criança faz.

O seu comportamento é muito semelhante àquele de quem venera um ídolo.

Ela copia ações e comportamentos dos adultos e guarda muito do que vê para em seguida, usar em ocasiões que julga apropriadas.

O ritmo natural de seu filho é muito mais lento que o seu.

Crianças não têm o senso de tempo que têm os adultos, as coisas não lhe parecem urgentes como para nós. Eles não fazem ainda projetos para o futuro como os adultos. As crianças vivem o presente.

O elogio e o encorajamento sincero da parte dos adultos fazem a criança sentir-se satisfeita consigo própria.

Provando um senso de valor pessoal, motivando-se para prosseguir no seu esforço para aprender.

À criança não serve uma grande quantidade de louros ou de palavras entusiásticas, estas podem perder-se sem significado. Poucas palavras, plenas de calor, um gesto de apreciação e confiança no seu esforço e pelas suas qualidades pessoais são muito importantes para ela.

O método Montessori pode contribuir de muitos modos para o crescimento de seu filho:

Muitas características das crianças  foram observadas por Maria Montessori. O sistema de educação por ela criado é concebido especificamente para ir de encontro  às necessidades fundamentais das crianças.

O método Montessori compreende  inúmeros e diversos aspectos, por isto uma professora Montessori com boa capacitação é alguém que estuda e trabalha muito. Mas as idéias e conceitos básicos podem ser facilmente compreendidos por todos .

Maria Montessori tinha um conhecimento excepcional das crianças

Nascida em Chiaravale, província de Ancona, na Itália em 1870, foi a primeira mulher médica da Itália. Inicialmente trabalhou com crianças com necessidades especiais e muito pobres.

Partindo da observação  e da experimentação direta, a Dra. Montessori criou um sistema   educativo que ajudou tais crianças a aprenderem tanto quanto as crianças “normais”, muitas vezes colocando-as em situações de vantagem.
O método idealizado por Maria Montessori tem hoje reconhecimento mundial e vem sendo aplicado em escolas de muitos países.

No Método Montessori há três pontos  essenciais: a criança , o ambiente e a professora:

No centro de qualquer sistema educativo deve estar  a criança, afinal ela é protagonista da sua história, como também apontam os teóricos modernos. O método Montessori se baseia por inteiro sobre a observação  e sobre o conhecimento da criança, como ela é realmente e não como os adultos imaginam que poderá ser ou deverá ser.

Paralelamente, Maria Montessori idealizou um ambiente completo, estruturado com a finalidade de ajudar a criança a desenvolver-se enquanto ser humano completo.

No que compete à professora, ela desenvolve  atividades de observação da criança de modo que a partir dos dados que colhe, estimule o potencial da criança. Por isto preferimos o termo Orientadora de classe ao de professora, pois orientar a criança no seu trabalho  de auto-construção é o seu verdadeiro papel.

Montessori vê sua criança como ela realmente é:

O Método Montessori permite a seu filho aprender de modo que faça melhor e mais facilmente as coisas.

Dentro de certos limites, quando o seu filho pode escolher o trabalho  que corresponde aos seus interesses, pode exercitar o senso de liberdade e espontaneidade , prova o entusiasmo por aprender pois está fazendo aquilo que deseja e não o que os outros determinam ou cobram.

Gradativamente a criança desenvolve o senso de independência e confiança em si própria , uma vez que sua capacidade de ação no ambiente, quando devidamente estimulada e respeitada pelo adulto, vai aumentando.

O Sistema Montessori de Educação se baseia no desejo natural que a  criança  tem de aprender e que deve acompanhar as pessoas ao longo de suas vidas. Ajuda a criança  no seu crescimento e desenvolvimento natural , evitando provocar constrangimentos por levar a criança a fazer  coisas para as quais não está pronta .

O ambiente Montessori

Um ambiente preparado é o que oferece uma Escola Montessori, adequado a cada grupo, apropriado para o desenvolvimento de um currículo, na medida para as possibilidades motoras , emocionais ou cognitivas das crianças de cada classe.

São  materiais adequados à criança, classificados, precisos. Por sua própria utilização corrigem a criança quando são usados de forma inadequada  pois apresentam o controle do erro.

Deste modo  a criança prescinde da presença do adulto sinalizando-lhe o erro e busca a assertividade pelo uso do material. Tal atuação favorece consideravelmente a auto-estima da criança, pois o que é enfatizado é a busca da assertividade, sendo o erro vivenciado não como o fracasso, mas como o caminho para a construção do conhecimento.

Na escola Montessori a criança  aprende a trabalhar sozinha e com os outros. Em geral a escolha da forma de trabalhar é feita por ela. Aprende a seguir as regras do grupo  com a classe e faz ainda, a medida que cresce, com que outras criança possam aprendê-las com ela; numa troca constante de papéis que fortalece as relações sociais e estimula a criatividade.

No momento em que se mostra capaz de  escolher seu próprio trabalho e executá-lo a seu tempo, levando-o  a termo, há muitas oportunidades de exercitar-se.

A classe Montessori não é competitiva. No trabalho cotidiano a criança é estimulada a desenvolver o melhor de si própria, num aprimoramento continuo.

A classe Montessori é um lugar agradável no qual seu filho descobre seu modo de construir seu corpo e sua mente, tendo a orientadora como guia atenta para proporcionar-lhe os estímulos necessários, preparando o ambiente e atividades que possam  favorecer a  construção  de cada criança.

Ajudando seu filho a crescer e  conquistar a independência

Observe as roupas do seu filho para que ele possa vestir-se ou despir-se sozinho.

No quarto da criança, nos demais ambiente da casa …

Use objetos no tamanho apropriado da criança:

Nos outros locais da casa destine à sua criança um espaço para os seus objetos pessoais onde possa usá-los de forma independente: sua escova e pasta de dentes; o copo para beber água, o recipiente do qual pode servir-se de água na geladeira.

Estimule seu filho a manter limpo e ordenado o seu quarto. Dê-lhe “instrumentos” para fazê-lo: um pano, uma esponja de modo possa ele mesmo “limpar” o ambiente.

Atividades com adultos

Bibliografia:

Malloy, Terry – “Montessori e il vostro bambino, un manuale per i genitori traduzido para o italiano por Elena Dompè, Edizione Opera Nazionale Montessori, Roma, 1999.

10 principios basicos de Montessori para usar com seu filho em casa e na vida

10 princípios Montessori para usar com seu filho

Os pais sempre perguntam como caminhar lado a lado com a escola na educação de seus filhos.

Numa escola Montessori há alguns princípios fundamentais que aqui compartilhamos.

  1. “Seguir a criança”. Este é o princípio mais importante e deve seguir-se a criança em qualquer idade. Assim, devemos respeitar e honrar o interesse e a necessidade de cada uma de nossas crianças.
  2. Dar seu filho liberdade de explorar em espaços os fechados ou abertos da mesma forma, sempre que for seguro e utilize esta liberdade de maneira positiva.
  3. Dar a seu filho a oportunidade de usar as mãos tanto quanto seja possível. Seu filho deve estar exposto a todas as experiências concretas que tenham a ver com o uso de suas mãos para depois chegar a abstração de conceitos.
  4. Promover todas as possibilidades para que seu filho possa participar nas rotinas da casa: molhar as plantas, lavar a louça, arrumar brinquedos, organizar sua mochila, servir-se e comer apenas com a ajuda necessária, encher seu próprio copo  para beber água. E se for maior, pode responsabilizar-se por alguma tarefa da família.
  5. Estas oportunidades promovem a coordenação, a concentração, o sentido de ordem, a responsabilidade, a noção dos cuidados pelo bem estar comum, a independência e no aspecto cognitivo, preparam a mente matemática e apoiam o desenvolvimento da linguagem.
  6. Dispor de utensílios adequados ao tamanho da criança, objetos para pequenas mãos, quando são pequeninos. Guarde-os em local onde teu filho possa ter acesso, para que possa usá-los na medida da sua necessidade (copo, prato, talheres, pequenos recipientes para os biscoitinhos, jogo americano).
  7. Não interromper os “ciclos de trabalho” de seu filho – suas brincadeira ou jogos. Assim, você dá oportunidade dele ir construindo a períodos cada vez maiores de concentração.
  8. Mostrar-lhe “como”. Quando não souber como usar algo faça uma demonstração com sequencia de passos. Use movimentos lentos e precisos. Assim, a criança aprende e se desenvolve: pelo exemplo.
  9. Que o ambiente que o rodeia seja organizado e atrativo. A ordem externa promove a a ordem interna e o desenvolvimento da inteligência. Por isso, a organização externa torna-se importante para todos os processos: internos e externos.
  10. Quando for falar com seu filho aproxime-se dele, abaixe-se, mantenha o contato visual, fale num tom de voz apropriado. Em suma, quando as pessoas se olham nos olhos, a verdadeira comunicação se estabelece.
Lembre-se sempre do que diz Montessori: “Ajuda-me a fazer sozinho!”

Esta é a máxima que pode representar a essência do Sistema Montessori: ajudar a criança na medida certa. Deixá-la fazer sozinha o que é capaz. Segui-la e instigá-la a percorrer novos caminhos, apoiando quando for preciso, respeitando, assim, em cada um o seu próprio ritmo.

Conheça nossas unidades!

  I • MÉIER • Rua Dona Claudina, 316 • (21) 38997044

  II • MÉIER • Rua Dona Claudina, 365 • (21) 38997044

III • FREGUESIA, JACAREPAGUÁ • Rua Francisca Sales, 90 • (21) 24245384

Nutrindo a curiosidade das criancas algumas dicas para os pais

Nutrindo a curiosidade das crianças: algumas dicas para os pais

Nutrir a curiosidade das crianças é um dos pontos chave da aprendizagem, porque abre os olhos para o mundo e faz a vontade de aprender crescer dentro da cada um.

Nesse sentido, pais e mães são sem duvida os maiores responsáveis por nutrir a curiosidade de seus filhos. Afinal, é na maneira como apresentam o mundo aos filhos que sedimentam as raízes do conhecimento que as crianças vão pouco a pouco desenvolvendo.

Seja cuidadoso para escolher seu programa de final de semana com as crianças e pelo menos uma vez ao mês, reserve um espaço para que seu filho seja apresentado a cultura local.

Dessa forma, nós da Aldeia Montessori separamos algumas dicas para toda a família aprender e curtir!

MUSEU DE ARTE NAIF

Aos pés do Corcovado, um lugar maravilhoso e um acervo incrível: 

Estreia no dia 12 de outubro uma nova modalidade de visita: Arte Naïf em cinco sentidos. A ideia é proporcionar aos pequenos visitantes uma apreciação das obras utilizando não apenas a visão, mas também o tato, o olfato, o paladar e a audição. Por isso, as arte-educadoras do museu prepararam um roteiro que percorrerá cinco exposições do MIAN com dinâmicas, jogos e brincadeiras que instiguem e estimulem diferentes sensações e percepções das crianças.

Por fim, para completar o programa, o Da Cozinha Café apresenta um cardápio de lanches feitos com produtos orgânicos, atraentes para o paladar de adultos e crianças.

Portanto, traga seus filhos, sobrinhos, netos, afilhados para uma visita especial no museu. Participe!

Serviço:
Endereço: Museu Internacional de Arte Naïf do Brasil – Rua Cosme Velho, 561 – Cosme Velho
Data: 12 de outubro, sábado
Horário: 16h às 17h30
Classificação: a partir de 3 anos
Capacidade: 20 crianças
Ingresso: R$10,00 por criança + 01 acompanhante (se houver mais acompanhantes eles pagam ingresso normal R$12,00/R$6,00)
Inscrições antecipadas: Tel.: 2205-861

JARDIM BOTÂNICO

Arboreto

O arboreto científico (parque) está aberto aos visitantes de segunda a domingo, durante todos os dias do ano, excetuando-se 25 de dezembro, 1 de janeiro e mais alguns momentos específicos de horários adotados pela Presidência do Instituto, portanto, é possível aproveitar o espaço quase sempre. Essa visita ao local irá, antes de mais nada, proporcionar contato com a natureza e pode tornar-se um prato cheio para quem gosta de locais bonitos e ao ar livre.

Todavia, é necessário atentar-se aos horários de funcionamento: o horário normal de visitação é das 8h às 17h, com prorrogação de uma hora para o fechamento das bilheterias no período de horário de verão. Para mais informações, ligue para o Centro de Visitantes – Telefone: +55 (21) 3874-1808 / 3874-1214

Preço Ingressos:
R$ 6,00 – Individual
Gratuidade para:
Crianças até 7 anos
Adultos a partir de 60 anos, residentes no Brasil ou em outros países que fazem parte do Mercosul.

Acessos pelas ruas:

Museu do Meio Ambiente

Anexo ao Jardim Botânico, o Museu do Meio Ambiente é uma atração a parte. Por isso, não deixe de passar por ali e conferir tudo do local!

O Museu está aberto de terça a domingo, das 9h às 17h.

A entrada é gratuita.
Informações: (21) 2294-6619

Ilha Fiscal, lembranças do tempo do império. 

Antes de mais nada, você sabia que a Ilha Fiscal foi transferida para a Marinha pelo Ministério da Fazenda, em 1914? Assim, a Ilha é hoje parte do Complexo Cultural do Serviço de Documentação da Marinha.

Além disso, este foi o cenário do evento que ficou conhecido como “O Último Baile do Império”, realizado alguns dias antes da Proclamação da República, a Ilha Fiscal continua sendo um elo entre o presente e o passado. Décadas se passaram ao passo que o castelinho, que testemunhou tantos fatos históricos, é hoje uma das principais atrações turísticas do Rio de Janeiro.

No castelo, aberto à visitação, destacam-se o Torreão e a Ala do Cerimonial. Além disso, três exposições permanentes também são atração no Castelinho: A História da Ilha FiscalA Contribuição Social da Marinha e A Contribuição Científica da Marinha.

O acesso à Ilha Fiscal normalmente é feito pela escuna Nogueira da Gama. Contudo, quando a escuna está em manutenção ou em caso de mau tempo, o acesso é feito por micro-ônibus.

Venha conhecer este símbolo dos últimos dias do Império e aproveite o passeio!

INFORMAÇÕES

Saídas: Espaço Cultural da Marinha, Av. Alfredo Agache s/n, próximo à Praça XV, Centro, RJ.

Visitação: de 5a feira a domingo.

Horários: 12h30, 14h e 15h30.

Obs: O embarque iniciará 15 minutos antes do horário da saída da embarcação.

Venda de ingressos: Somente nos dias de passeio das 11h às 16h.

Local: Espaço Cultural da Marinha.

Valores: R$ 20,00 – adultos/ R$ 10,00 – estudantes, crianças até 12 anos e adultos com mais de 60 anos.