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25 de março 2014

Método Montessori: O futuro da educação que começou em 1907

O futuro da educação foi o tema da reportagem da Forbes, em 22 de janeiro de 2014. Essa revista americana já vem há algum tempo publicando interessantes matérias com foco na proposta pedagógica de Maria Montessori. Desta vez, a reportagem é de Pascal Emmanuel Gobry, escritor, fundador da Noosphere. INC, jornalista, palestrante no HEC Paris Business Scholl, certamente um profissional com visão e conhecimento suficiente para nos falar sobre a importância da formação escolar para o modelo social da atualidade e, quiçá, do futuro!

Ele vive em Paris, com sua mulher e filha e para Pascal, a fundação da 1ª Casa dei Bambini em 1907 por Maria Montessori é um marco no futuro da educação.
Além disso, em sua análise, ele aponta como o mais importante aspecto e o que torna realmente inovadora a Educação Montessoriana é trazer um método cientifico para a educação. Pois o que encontrávamos antes em todos os métodos de educação eram estudos que se baseavam num modelo abstrato da criança; a guisa do que os adultos desejavam que esta criança fosse…

Maria Montessori revoluciona a escola quando tem sua máxima educacional representada por frases que marcaram sua trajetória:

“Eu não inventei um método, eu apenas dei às crianças a oportunidade de viverem!”

“Seguir a criança…”

“Ajuda-me a fazer sozinho!”

Diz Pascal: “Maria Montessori, uma médica e pesquisadora, foi por outro caminho: ela experimentou com método e, com base nos resultados, construiu uma teoria sobre a criança, em que ela, em seguida, testou e aperfeiçoou através do experimento.”.

Assim, Maria Montessori traz, pela primeira vez, para o universo da escola a vontade da criança sendo observada como uma fonte para a diretriz do trabalho; para delinear um currículo que atenda à criança; para sugerir estratégias que atuam para motivar a aprendizagem da criança; com uma gama de diversidade que respeita a maneira de ser de cada uma. Além disso, mais tarde Gardner apresenta este conceito como a manifestação dos diferentes tipos de inteligência.

Segundo o jornalista (e este também é o meu ponto de vista), o sucesso do Sistema Montessori se mostra através de experiências de trabalho que se repetem nas salas de aula; Por meio de muitas escolas que se espalharam pelo mundo, através de diferentes culturas, após 10 anos da criação do sistema.

“É precisamente esta cultura de experimentação e de avaliação científica que falta no nosso sistema de ensino burocratizado e centralizado; em vez de qualquer método ou hábito específico. Enquanto isso, é por causa deste caráter científico da educação Montessori que se produz esses excelentes resultados, resultados que são validados de novo e de novo.”

O trabalho da Dra. Angeline Lillard, em 2008, com a publicação do livro “Montessori, a ciência por trás dos Gênios”;  mostra como a ciência mais recente ratifica as descobertas da Dr. Montessori.
Assim como as pesquisas da Dra Adele Diamond, neurocientista cognitivista, da Universidade  British Columbia – Vancouver, Canadá, que também apontam tais questões.

O que está acontecendo na neurociência moderna está convergindo com o que propõe Montessori. Assim, precisamos reconhecer que algo que temos feito desde a primeira escola Montessori é apropriado para o desenvolvimento da capacidade da criança no funcionamento das funções executivas e é isto que faz a diferença na ação da criança/adulto “Montessori”.

Adele Diamante enfatiza sobre as funções executivas, uma vez que estas são “habilidades integrais” que as crianças precisam para se desenvolver;  Ou seja, capacidade inibitória, capacidade de adaptação, auto confiança, iniciativa, entre outras.

Comprovadamente,  o ambiente preparado e as estratégias didáticas do Sistema Montessori têm como objetivo privilegiar o desenvolvimento das funções executivas; desenvolvendo assim, paralelamente, um currículo escolar que oportuniza eleger o conhecimento que se quer desenvolver em cada momento.

Numa escola Montessori autêntica, desde as classes dos pequeninos,  gradativamente as crianças exercitam assim, naturalmente, competências. Por exemplo, a organização, manejo do tempo, memória de trabalho, resposta inibitória, metacognição, auto regulação do afeto iniciação de tarefas, flexibilidade e persistência ao alvo.

Ou seja, este é o segredo da infância que Maria Montessori revelou: a capacidade de desenvolvimento da criança se revela quando o ambiente é propício e os educadores competentes; e é principalmente nos primeiros anos de vida que são desenvolvidas estas funções.

Em outras palavras…

O futuro da educação está aqui.
Não tem nada a ver com laptops.
Foi inventado mais de um século atrás.
O que estamos esperando?

Por Marcia Righetti, diretora do projeto pedagógico da Aldeia Montessori  e do Centro de Estudos Montessori do Rio de Janeiro.